A Falta de Água

Não existe vida sem água

A vida, como nós a conhecemos, não existe sem água. Todos os organismos contêm água, que aparece como o constituinte químico mais abundante na célula, participando diretamente dos principais processos vitais. É so lembrar que na fotossíntese, processo básico da vida, o gás carbônico e a água são usados para a síntese de glicose, o principal alimento energético da célula.

A quantidade de água disponível

Uma das questões mais preocupantes para o mundo, na atualidade, é a quantidade de água disponível tanto para a vida humana, quanto para a economia. Tal preocupação, aparentemente contraditória, é real quando comparamos as quantidades de água existente e disponível. A contradição reside no fato de que 70% da superfície da Terra é coberta por água, atingindo um volume de 1,5 milhões de km2. Mas é preciso lembrar que 98% dessa água é salgada e imprópria para o uso, a menos que seja dessalinizada, processo oneroso demais para suprir grandes populações. Dos restantes 2% de água doce, boa parte aparece retida, na forma de gelo, em calotas polares ou então na forma de águas subterrâneas. Conclusão: apenas cerca de 0,44% da água do planeta Terra aparece em disponibilidade para os seres vivos.

A Falta de Água
A Falta de Água.

O ciclo da água

Entre a atmosfera e a Terra, a água realiza, há milhões de anos, um trajeto conhecido como ciclo da água que pode ser dividido em curto e longo. No primeiro, a água existente na atmosfera ou neve. Com a precipitação a água pode cair diretamente no oceano ou cair na Terra e atingir o oceano através de rios e lençóis freáticos. Durante essas etapas parte da água é evaporada para a atmosfera e condensada na forma de nuvens, repetindo o ciclo. No ciclo longo, também conhecido como ciclo biogeoquímico, entre a atmosfera e a terra interpõem-se os seres vivos, obtendo e eliminando água. As plantas retiram água do solo, absorvendo-a através das raízes, enquanto que a maioria dos animais a ingere. Uma parte da água absorvida ou ingerida é incorporada à estrutura desses organismos e volta ao meio ambiente quando eles sofrem a decomposição.

Plantas e animais terrestres, continuamente, perdem água para a atmosfera: as plantas, através da transpiração, exercida principalmente pelas folhas; os animais, através da pele e pelos sistemas digestivo, respiratório e urinário.

Assim, toda a água incorporada por um ser vivo acaba voltando para a atmosfera.

A crise da água

O crescimento desordenado das cidades gera dois graves problemas: poluição e consumo. A poluição é determinada pelo lançamento e acúmulo, nas águas, de esgotos domésticos e despejos industriais. Uma vez poluída, a água não pode ser consumida, afetando a saúde humana, bem como as outras formas de vida. É evidente que a poluição hídrica é intensificada com o aumento da pobreza. Sabemos que em regiões pobres, normalmente situadas na periferia das grandes cidades, os esgotos sanitários e o lixo doméstico, sem qualquer tratamento, são diretamente lançados em águas. Estudos feitos pela UNESCO mostram que, desde o começo do século, o consumo d’água aumenta numa proporção de duas vezes o crescimento populacional.

A previsão é de que, nos próximos 50 anos, o consumo de água deverá superar a quantidade disponível para o uso.

Como prevenir a crise da água?

Existem inúmeras medidas que, se forem tomadas, reduzirão em muito o consumo de água; entre as principais podemos citar:

  1. economizar água evitando o desperdício;
  2. saneamento básico, ou seja, tratamento dos esgotos domésticos;
  3. tratamento dos poluentes líquidos industriais para que possam ser reutilizados;
  4. projetos de irrigação evitando o consumo exagerado;
  5. proteção dos mananciais das regiões de nascentes dos rios.

Enfim, a falta de água é tão evidente que ela passou a ser considerada o ouro do século XXI.